sábado, 18 de abril de 2009

Uso das cores



Uso das Cores

A Cor
A cor é um elemento decorativo muito apreciado e de fundamental importância no processo de Comunicação Visual. Ela chama a atenção, desperta sensações e influencia o cliente em potencial, estimulando-o positiva ou negativamente.
Várias disciplinas fazem estudos sobre as cores - física, química, fisiologia e psicologia. Mas é nas aplicação artística que temos mais interesse. Conhecer a cor em outras disciplinas é interessante, mas não é essencial para que utilizemos um esquema de cores adequado ao nosso projeto.
Neste ensaio, vamos descobrir que a escolha das cores também pode ser realizada com alguma técnica, visando atender a nossos objetivos. Assim, expandimos nossas possibilidades para além de gostos pessoais, seja de nosso cliente, do designer ou nossos gostos pessoais.
Alguns fatores que determinam, ou influenciam, os significados das cores:
Suas próprias características e propriedades.
Gosto pessoal.
Fatores culturais e psicológicos.
Moda.
Natureza do objeto.
Características e propriedades das cores
A cor é caracterizada por três fatores:
Matiz: Propriedade da cor que dá origem a seu nome e a diferencia de outras (azul, amarelo, vermelho, etc.). O arco-íris é a decomposição da luz branca do sol e contém todos os matizes.
Brilho, luminosidade ou intensidade: Quantidade de luz que cada cor possui. Depois do branco, o amarelo é a cor que tem mais luminosidade. O negro é a ausência de luminosidade.
Saturação: Grau de pureza de cada cor. Dizemos que uma cor é pouco saturada quando apresenta muito cinza na sua composição, como é o caso das cores pastel.
Classificação das Cores
As cores podem ser classificadas também de acordo com a sua origem:
Cores-pigmento: Elas são encontradas nas tintas. Quando misturadas, sempre escurecem. Em uma construção, o arquiteto deve ficar atento, pois se um ambiente for pintado com tinta composta de muita mistura, a tendência é obter um ambiente mais escuro.
Cores-luz: Holofotes ou spots com luzes de diversas cores são o exemplo prático desse conceito. Quando a luz verde e a luz vermelha são acesas juntas, tendem a reproduzir a luz branca. O mesmo fenômeno ocorre com as luzes azul e laranja. Quando holofotes de várias cores são acesos ao mesmo tempo, como num show de música ou no teatro, o resultado é a luz branca, que pode ser vista no meio do palco.
As cores, de acordo com sua mistura, podem ser:
Cores primárias: Cores sem mistura e que, portanto, não podem ser subdivididas em outras. No caso de cores-pigmento, as cores primárias são o azul, o amarelo e o vermelho (cores primárias subtrativas - quanto mais adicionamos cor-pigmento, menos luz chega a nossos olhos). Para as cores-luz, porém, as primárias são o verde, o azul e o vermelho (cores primárias aditivas).
Cores secundárias: Cores que resultaram da mistura das cores primárias, natural ou artificialmente, como verde, roxo, laranja etc.
Quando pensamos em combinar cores, é importante saber:
Cores contrastantes: São as cores com matizes muito distantes. O verde é o oposto do vermelho, o azul do laranja e o roxo do amarelo. Cuidado ao utilizar essas combinações. Elas são boas para chamar a atenção, pois são vibrantes, alegres e estimulantes, mas podem resvalar facilmente para o mau gosto. Materiais destinados a crianças, para jovens ou de apelo popular podem usar com bons resultados essas combinações.
Cores análogas: Combinação de cores próximas, como azul e lilás, vermelho e laranja, azul e verde. São combinações mais fáceis de fazer, não chocam, pois a harmonia é a sua característica. Em alguns casos, pecam pelo excesso de discrição, beirando a frieza e até uma certa tristeza, o que não ajuda a atividade comercial. Podem ser ótimos como cor de fundo para salientar e valorizar formas, sem concorrer em demasia com o próprio produto.
As cores têm outras características, igualmente importantes, quanto ao temperamento:
Cores quentes: São aquelas extremamente visíveis e que chegam a agredir os olhos, nas quais predominam o vermelho e o amarelo. Outras cores, quando brilhantes, podem também tornar-se quentes, como o verde-mandarim (tinta acrílica), embora o verde normalmente não seja uma cor quente. São ideais para dar vida a lugares escuros, como subsolos.








Cores frias: São as cores discretas, mais calmas, algumas até meio depressivas, como o roxo, no qual o azul é predominante. O verde é utilizado para pintura de ambientes onde se procura dar maior tranquilidade. Quando se desejar um fundo discreto, as cores frias são as mais indicadas.
Existem inúmeras combinações, mais simples ou mais complexas. Um outro critério, muito utilizado, para a classificação das cores é o que as diferencia em:










Cores pastel: É a combinação de qualquer cor com o branco ou o cinza. Quanto mais se adiciona o branco, mais suave é o resultado. Servem para atenuar algumas cores que são vibrantes ou tristes demais. As tintas utilizadas nos interiores das edificações são, quase sempre, em cores pastel.
Cores complexas: Resultado da mistura de muitas cores. Mais difíceis de serem conseguidas, proporcionam muitas vezes resultados sutis e refinados. O verde-musgo, por exemplo, combina amarelo, azul, vermelho, preto e branco em doses muito precisas. São próprias para clientela de alto poder aquisitivo e culturalmente bem informada.
Outras considerações
Uma vez que a percepção e a apreciação das cores estão sujeitas a muitas variáveis — principalmente o gosto da época — não é possível estabelecer regras rígidas para sua utilização. Algumas considerações gerais, no entanto, podem ser úteis:
Significados culturais e psicológicos são atribuídos às cores. No Brasil, o branco significa pureza. No Oriente é sinal de luto. As cores da Bandeira Brasileira têm valores positivos para todos os brasileiros, mas em algumas culturas o verde, o amarelo e o azul têm sentidos negativos. Algumas cores têm significados quase universais como o vermelho, por exemplo, que é associado à paixão, guerra e fogo, em quase todas as culturas. A influência das cores no comportamento das pessoas pode ser tão significativa que até alternativas terapêuticas, como a cromoterapia, estão sendo propostas, utilizando seus atributos, como acalmar, estimular, alegrar etc.
As cores usadas devem ser compatíveis com o público-alvo. Uma clientela mais sofisticada apreciará combinações de cores mais sutis, enquanto o público mais jovem preferirá as mais chamativas ou da moda. Em decoração de lojas, aquelas que atendam diferentes tipos de público não devem usar cores que satisfaçam apenas a um tipo de clientela.
As cores influem na aparência e contribuem muito para marcar a personalidade do estabelecimento, do produto ou ainda de sua comunicação visual. A escolha deve considerar todas as características do ambiente físico da loja, do público-alvo, dos serviços e dos produtos oferecidos. Em um espaço comprido e estreito, por exemplo, uma parede de fundo amarelo poderá contribuir para atrair as pessoas para o interior. Cores claras, especialmente as próximas do branco, contribuem para melhorar o nível de iluminação e alegram os ambientes. As compras por impulso são favorecidas pelo uso das cores quentes, que também estimulam o apetite, sendo recomendadas para lanchonetes e restaurantes. As cores vibrantes, quando usadas em displays e cartazes, também ajudam a chamar a atenção para um produto que não tenha a embalagem apropriada ou uma forma vistosa.
Juntamente com o logotipo e outros elementos de comunicação visual, as cores configuram a personalidade do empreendimento. São as primeiras informações que o estabelecimento passa à clientela. Esse fato deve ser considerado no planejamento tanto de áreas externas como internas.
O simbolismo da Cor
Ao criar um modelo de cores para seu projeto, considere os aspectos simbólicos e psicológicos da cor, bem como a sua fisiologia e os vários princípios de harmonia e contraste.
Enquanto olhamos para uma cor, podemos inconscientemente associá-la a diversos símbolos e isto pode afetar seriamente nossa percepção de qualquer peça.
O simbolismo da cor possui uma história longa e complexa, que é por demais detalhada para caber aqui. Não é preciso dizer que as associações de cores correntes são o resultado de milhares de anos de desenvolvimento e, conseqüentemente, contêm muitas redundâncias e relações aparentemente contraditórias. Desde os primórdios do século XX, porém, o simbolismo caiu de moda, sendo substituído por pesquisas sérias sobre os aspectos psicológicos da cor. Boa parte destas pesquisas foi custeada pela Madison Avenue (endereço clássico da publicidade americana), que estão sempre à busca de novas formas de atrair a atenção.
Já há muito tempo se suspeitava que os esquizofrênicos e outras pessoas com problemas mentais tinham diferentes impressões das cores do que as pessoas normais, embora a exata percepção do mundo através dos seus olhos não possa ser provada. Embora muitos indivíduos possam ter uma receptividade levemente diferente a diversas cores, as percepções das cores são suficientemente semelhantes para que generalizações abrangentes possam ser feitas.
Embora o simbolismo e os efeitos de cada mescla e nuança em particular possa preencher vários volumes, é útil ter um guia básico do simbolismo das várias cores. As seções a seguir apresentam uma rápida passada sobre as seis cores básicas — vermelho, laranja, amarelo, verde, azul c magcnta — bem como preto e branco.
Vermelho
O vermelho provavelmente possui a mais ampla faixa de associações entre todas as cores devido às suas raras ocorrências na natureza. O rosa, uma mescla do vermelho, é a cor do rubor, o que leva a associações interessantes de amor ("o enrubescer do amor") e vigor ("o rubor da saúde"). Leves mesclas arroxeadas de vermelho são também tradicionalmente associadas com a verdade. O vermelho é associado ao fogo e ao calor intenso, mais do que qualquer outra cor, exceto o amarelo vivo. Tons claros de vermelho são também associados com paixão intensa, força e coragem.
Porém, o lado passional do vermelho possui também conotações negativas, transformando-o no vermelho da impetuosidade c do ódio. E a cor da inverdade e também a cor do orgulho. O mesmo vermelho que está associado ao rubor, está também associado à vergonha e à timidez. Quando tingido com roxo, o vermelho torna-se a cor do sangue, a cor da guerra e da violência. Devido à associação com o sangue, o vermelho também se torna a cor do martírio, do sacrifício e da bravura.
O vermelho é uma cor extremamente dominante e é rapidamente percebida pelo olhar. Contudo, é também de uma tonalidade incrivelmente intensa que
rapidamente cansa os olhos. Como consequência, grandes quantidades de vermelho são raramente usadas para alguma coisa, e geralmente se desencorajadas. O vermelho é também preferido por extrovertidos e é às vezes usado por terapeutas de cores para combater a depressão.
Laranja
Juntamente com o amarelo, o laranja é uma das cores mais brilhantes c uma das mais naturalmente intensas de todas as cores. O laranja forte é tão incomum c intenso que é uma das cores mais difíceis de se contemplar. Em média, é a mais quente entre as cores quentes e a mais estável e tranquilizadora. O laranja é principalmente um matiz da terra e possui muitas associações com madeira e sujeira. Muitas das tonalidades de marrom estão baseadas no laranja e, consequentcmcntc, o laranja é uma das cores que mais ocorrem na natureza. O marrom é também tradicionalmente associado à força, solidez e maturidade.
Como o amarelo escuro, o laranja escuro é tradicionalmente associado à desconfiança
e à falsidade. Alem disto, embora esteja associado à força, o marrom está também associado à tristeza e à melancolia — talvez devido à sua associação com o outono e a decadência. O laranja está também associado à lentidão e à preguiça.
O laranja é bem mais brando que o amarelo ou o vermelho e, logo, é uma tonalidade refinada e útil. As variações do laranja são frequentemente usadas para o interior de casas. Estudos mostram que o laranja é, em geral, associado ao apetite e é usado com frequência no design das cores de restaurantes, mais notavelmente de locais de fast-food.
Amarelo
O amarelo puro é uma das cores mais brilhantes e intensas de todas. Por isso, tem sido tradicionalmente associado com a riqueza e a nobreza. E também uma das cores mais espirituais. (Jesus e os santos são em geral representados na arte Cristã como se tivessem auréolas amarelas ou douradas.) O amarelo está diretamente associado com o Sol e, como consequência, com o calor. E também tradicionalmente o símbolo da generosidade radiante.
Por outro lado, as nuanças de amarelo trazem consigo uma gama de conotações negativas. O amarelo pardo é uma cor da inveja e da má fé. (Judas é em geral representado usando vestes amarelas.) E também tradicionalmente associado com covardia, indecência e sensacionalismo — daí o "jornalismo amarelo." O amarelo é a cor da urina e da icterícia e está também tradicionalmente associado com decadência, doença e degeneração.
O amarelo tingido de verde é também um símbolo de enfermidade. Bandeiras amarelas são usadas por embarcações navais para indicar que um navio está sob quarentena, e os hospitais hasteavam bandeiras amarelas durante as épocas de guerra. Não há nenhuma dúvida que o amarelo esverdeado é uma das cores mais fortemente evitadas e, em geral, as composições podem passar sem ela.
O amarelo cm geral parece mais brilhante que o branco, especialmente na impressão. Chama muito a atenção, mais até mesmo que o vermelho- Ele não pode atrair a atenção por si mesmo — é preciso ser usado em contraste com uma outra cor. Devido ao seu brilho percebido, é em geral extremamente útil em composições escuras.
Verde
O verde é uma outra cor extremamente brilhante. Devido à sua predominância
durante a primavera, o verde está normalmente associado à vida, natureza, juventude e vigor. Isto também leva a associações com esperança, disposição e abundância. Nos primeiros rituais cristãos, o verde era usado para simbolizar a Ressurreição e a Santa Trindade e, consequentemente algumas nuanças de verde — mais especialmente o esmeralda — tornaram-se carregadas com poder religioso. De qualquer forma, uma associação comum do verde é com a imortalidade, devido ao seu reaparecimento cíclico a cada primavera. O oliva, uma nuança de verde, é a cor dos monótonos uniformes militares, mas é também a cor tradicional da paz, como em "estender um ramo de oliveira" ao inimigo.
Embora o verde pareça carregar algumas conotações negativas — as pessoas são ditas estando "verdes de ciúmes" ou com uma cor "verde doentia" — é obvio, a cor a que se refere é o amarelo-verde e não o verde puro. Um verde amarelado recebe parte dos aspectos quentes do amarelo sem receber as conotações negativas do amarelo-verde.
O verde apresenta uma ampla faixa de variância e, portanto, há poucas regras concretas que governam o seu uso. Verdes mais escuros tendem a ser cores frias bastante calmantes, enquanto verdes claros são em geral quentes, energéticas e atraentes.
Azul
Como o verde, o azul é uma cor poderosa da natureza. O azul claro é a cor anil do céu. E também uma poderosa cor associada com o Céu, com a divindade e especialmente com o amor divino. E um símbolo de sabedoria (a deusa romana Minerva está tradicionalmente vestida de azul, e olhos azuis são considerados um símbolo de inteligência). É também uma cor sagrada c não apenas Minerva mas a Virgem Maria e São João são, em geral, representados com roupas azuis. É a cor da esperança e da generosidade. Quando tingido de roxo, torna-se o sangue azul da nobreza; quando tingido de verde, torna-se a cor do mar.
O azul é uma das tonalidades mais frias de todas c suas mesclas esverdeadas são talvez as cores mais geladas de todas. Além de estar associado ao frio, o azul é também associado à depressão, melancolia e tristeza profunda. É em geral usado para representar o vociferar e a zanga, como em "azul na face."
O azul é famoso por seus efeitos incrivelmente calmantes. Contudo é uma cor difícil em que se concentrar e em geral borra ou escorre para dentro das cores à sua volta, o que pode torná-la inadequada para o uso em ambientes escuros. Isto também significa que o azul raramente prende o olhar a menos que seja também escandalosamente brilhante.
Magenta
O magenta com uma das tonalidades mais difíceis de se caracterizar e realmente não possui nenhuma conotação própria. Quando tingido de vermelho torna-se roxo, porém, assume conotações positivas. O roxo é uma das tonalidades mais luxuosas e ricas, e está tradicionalmente associado à realeza. Como também é tradicionalmente o complementar do amarelo, o roxo está associado à espiritualidade e à imortalidade, e é normalmente encontrado com o amarelo nas cerimónias orientais.
Quando tingido de amarelo, o magenta torna-se violeta. O violeta possui muitas das características do azul, embora seja muito mais profundo que a maioria dos azuis. A medida que o violeta se aproxima do azul, torna-se índigo, o mais escuro dos azuis e a cor do céu noturno.
Branco
O branco é em geral visto como a mais pura das cores, imaculada por cor alguma e intocada por pigmento algum. Portanto, não deve ser surpresa que seja visto como um símbolo da pureza e da castidade. Ao longo dos tempos, também adquiriu aspectos de inocência, sinceridade e modéstia. As associações com castidade e pureza levaram a ligações com virgindade e feminilidade. Nos tempos romanos, amizade, sinceridade e amor eram em geral personificados com vestes brancas. O branco não é uma cor puramente positiva, c a palidez c normalmente associada à doença e à fragilidade. Em culturas asiáticas, o branco é a cor da morte e do pesar.
Preto
O preto é a antítese do branco e, consequentemente, muitos de seus significados são também diametralmente opostos. Significa depressão e escuridão. O preto puro inalterado também está associado à morte, ao desespero e ao temor. O preto está associado com a atividadc criminal — os piratas, por exemplo, hasteiam bandeiras pretas — e mal presságios são em geral citados como preto. Quando temperado com branco, o preto torna-se menos severo e contém conotações de prudência, humildade, resolução, solenidade e sigilo.



Disco de Cores Subtrativas



Como Itten era um pintor, seu disco de cores original estava baseado nos princípios da combinação subtrativa de cores. Infelizmente, Itten cometeu o engano de usar vermelho, amarelo e azul como cores primárias apesar do fato do ciano, magenta e amarelo serem as cores primárias da combinação subtrativa.
Na Figura 2.5, o disco de cores de Itten foi ajustado de modo a empregar as cores primárias subtrativas adequadas: ciano, magenta e amarelo. Embora o efeito geral seja bem semelhante, há várias diferenças notáveis. As faixas de azul e violeta do disco de cores corrigido são muito mais destacadas, enquanto as amarela e laranja são bem menos proeminentes. O disco de cores subtrativas de Itten é mais equilibrado e esteticamente agradável, mas o disco de cores subtrativas correto nos dá uma ideia melhor de como as cores podem ser combinadas.




Disco de Cores Aditivas.



Há poucos disco de cores hoje que demonstrem os princípios da combinação aditiva de cores. Isto é lamentável porque as fronteiras em expansão dos meios digitais e eletrônicos faz o uso de tais discos mais importante que nunca. Para este livro, um novo disco de cores aditivas foi gerado, que deve se mostrar extremamente útil para designers em computadores.
Para os que já viram discos de cores subtrativas no passado podem ficar chocados pelo disco de cores aditivas apresentada na Figura 2.6. O disco de cores aditivas possui uma semelhança superficial com o disco de cores subtrativas, mas o equilíbrio das cores é radicalmente diferente. A natureza dos fundamentos da luz tende a favorecer uma pesada distribuição de azuis e verdes, enquanto amarelo e vermelho criam somente um leve impacto sobre o disco de cores. Este mesmo tipo de distribuição pode ser observado no espectro solar, que é dominado pêlos comprimentos de onda azuis da luz enquanto uma parcela pequena é dedicada aos comprimentos de onda vermelhos.








FIGURA 2.4 - O disco de cores original de doze passos deJohannes Itten.











FIGURA 2.5 - Este disco de cores corrigido representa as relações entre as cores na combinação suhtrativa de cores.





FIGURA 2.6 - Este disco de cores representa exatamente as relações entre as combinações de cores aditivas.

Devemos observar que as cores aditivas não fazem a transição para a impressão subtrativa muito bem. Por isto, vários exemplos neste capítulo podem parecer levemente estranhos. Procure replicar algumas das figuras de exemplo no monitor para conseguir uma imagem melhor de como alguns destes princípios funcionam.
Cores Neutras
Um grande grupo de cores omitidas pelo disco de cores é o das cores neutras, que são cores que não são influenciadas por nenhuma cor de forma alguma — em outras palavras, cinzas.
Embora haja um número infinito de cinzas entre preto e branco, o olho percebe uma escala de cinza de 256 passos como uma gradação suave entre branco e preto. Uma escala de cinza simples de doze passos aparece na Figura 2.7.




FIGURA 2.7 - Uma escala simples de cinza com doze passos, mostrando- como uma progressão de tons de cima corre naturalmente.





FIGURA 2.8 - Quando se combina vermelho e branco, cinza e preto, as cores resultantes geralmente não são tão intensas como a original, mas quando apresentadas como um todo, elas mostram uma variedade muito maior.



Os cinzas são denominados cores neutras porque não possuem personalidade por si mesmas — uma composição feita totalmente em cinza parece plana e de certa forma estéril. Os cinzas adquirem personalidade quando os colocamos em uma composição com matizes cromáticos, onde os cinzas tendem a assumir as características dos matizes à sua volta. Como consequência, grande número de artistas se desviam de seu caminho para evitar o cinza, porque os resultados podem ser extremamente variados.
Mesclas, Nuanças e Tonalidades
Mesmo quando se adicionam cores neutras a matizes puramente cromáticos do disco de cores, há um número desconcertante de cores que permanecem não consideradas no disco das cores. Empiricamente, sabemos que há mais de uma cor de vermelho — há os vermelhos escuros e os vermelhos claros, há os vermelhos apáticos e os vermelhos intensos. Estas cores são resultado de matizes puros combinados com diferentes quantidades de preto, branco e cinza, como demonstrado na Figura 2.8.
Quando se combina um matiz puro com o branco, o resultado é denominado mescla daquele matiz. O rosa, por exemplo, é uma mescla de vermelho, do mesmo modo que alfazema é uma mescla de violeta. Mesclas sutis de um matiz tendem a ser dificilmente percebidas — enquanto mesclas mais patentes tendem a parecer mais como cores pastéis.
Quando se mistura um matiz puro com preto, o resultado é denominado uma nuança da cor. O índigo, por exemplo, é uma nuança de azul, enquanto o castanho avermelhado é uma nuança de magenta.
Quando uma cor pura é misturada com o cinza, o resultado é denominado um matiz da cor. O amarelo áureo, por exemplo, é um matiz de amarelo, enquanto o lilás é um matiz de roxo. Tons claros como o azul acinzentado tendem a ser bem serenos, enquanto matizes apáticos como o oliva tendem a ser um tanto insípidos.
Mescla, nuanças e tonalidades podem ser aspectos muito úteis de qualquer escala de cores. Permitem que uma única cor se expresse uma faixa de sentimentos muito mais ampla e portanto adiciona variabilidade a composições que, de outra forma, seriam desinteressantes.
Tons de vermelho, laranja e amarelo são geralmente denominados marrom ou bege. Embora algumas fontes se refiram ao marrom como uma cor neutra, elas estão erradas. Apesar de boa parte da personalidade da cor básica ter sido eliminada na mistura do marrom, resta quantidade suficiente da cor para que parte de sua personalidade fundamental se faça sentir.


Bibliografia
GOLDING, Mordy; WHITE, Dave. Guia do Designer da Web para cores. São Paulo: Quark do Brasil, 1997.
UGAYA, Eurico; Como Montar ou Renovar sua Loja. São Paulo: Senac, Makron: 1993.

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